O número de mato-grossenses com o nome negativado registrou mais um aumento preocupante em março, crescendo 2,57% em comparação com fevereiro, conforme dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Atualmente, 1,22 milhão de pessoas no estado enfrentam restrições de crédito, o que representa expressivos 46,95% da população.
Diante desse cenário, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) manifesta sua apreensão. O presidente da entidade, Júnior Macagnam, alerta para o impacto desses números no bem-estar financeiro das famílias. “Manter o o ao crédito é uma questão de cidadania, por isso esses números mostram que as famílias mato-grossenses estão se superendividando”, argumenta.
A análise anual também revela uma tendência de alta na inadimplência em Mato Grosso. Em relação a março de 2024, o índice cresceu 1,4%, acompanhando o movimento de aumento observado tanto na região Centro-Oeste (+7,33%) quanto no Brasil como um todo (+3,89%). No entanto, a variação mensal de fevereiro para março em Mato Grosso (2,57%) superou as médias regional (+1,73%) e nacional (+1,54%).
Um ponto que merece destaque é a redução das dívidas junto ao comércio, que apresentaram uma queda de 2,33% em março e um decréscimo de 7,98% na comparação com março do ano anterior. Atualmente, o setor bancário concentra a maior parte do endividamento no estado (50,96%), seguido pelo comércio (23,87%) e pelas contas de água e luz (12,08%).
No total, os consumidores de Mato Grosso acumulam 2,75 milhões de contas em aberto. A dívida média por inadimplente no estado gira em torno de R$ 5,2 mil, elevando o montante total devido para mais de R$ 6,37 bilhões. “É importante lembrar que os consumidores podem e devem buscar as empresas para tentar renegociar suas dívidas”, orienta Macagnam.
O perfil dos inadimplentes em Mato Grosso, segundo o SPC Brasil, aponta que a maioria (53,68%) é do gênero masculino, com uma idade média de 43,5 anos e predominância da faixa etária entre 30 e 49 anos (48,89%).