As cotações domésticas do algodão em pluma seguem em trajetória de queda, influenciadas pelas desvalorizações no mercado internacional e pela recente baixa do dólar frente ao Real. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a valorização da moeda brasileira reduz a paridade de exportação, ampliando a pressão sobre os preços internos.
A retração dos compradores é outro fator que contribui para a atual desvalorização. Atentos às movimentações do mercado externo, muitos agentes têm se afastado das negociações no mercado spot, à espera de novas quedas. Além disso, há dificuldades relatadas por industriais em rear os custos da pluma aos produtos manufaturados, o que limita a disposição de compra nos atuais patamares.
Do lado da oferta, vendedores demonstram cautela e preferem focar no cumprimento de contratos vigentes e na efetivação de novos fechamentos para a safra 2024/25, evitando operações imediatas no mercado físico. A postura é justificada pelo cenário de preços em queda e pela expectativa de aumento da oferta.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de algodão em pluma na temporada 2024/25 pode alcançar 3,9 milhões de toneladas, configurando um novo recorde. O volume representa uma alta de 0,36% em relação à estimativa anterior (abril/2025) e de 5,5% sobre a safra 2023/24, ampliando ainda mais o quadro de oferta disponível no país.