Apesar de ser um gigante do agronegócio e enfrentar eventos climáticos extremos, Mato Grosso não possui um Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNA), nem estratégias claras para enfrentar os impactos de um cenário global em constante transformação. Essa grave lacuna, que o deixa entre a minoria de estados brasileiros sem tal documento, foi revelada pelo recém-lançado Anuário Estadual de Mudanças Climáticas.
O estudo, uma iniciativa do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Centro Brasil no Clima, com apoio do Instituto Itaúsa, investiga a preparação dos estados para lidar com os desdobramentos da crise climática. Ele foi um dos tópicos centrais do seminário “A Socioeconomia do Clima”, no Rio de Janeiro, que reuniu jornalistas de diversas capitais, incluindo A Gazeta representando Mato Grosso.
Os dados do anuário são alarmantes para Mato Grosso: entre 2000 e 2023, 5,18 milhões de pessoas foram afetadas por desastres naturais. A seca e os incêndios florestais despontam como os maiores vilões. A pesquisa aponta que o aumento dos períodos de estiagem está transformando o Pantanal, tornando grandes áreas vulneráveis a incêndios e desregulando o ciclo natural de cheias e secas.