A possível venda do prédio da antiga Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá mobilizou parlamentares, representantes da saúde pública e trabalhadores em uma audiência pública realizada nesta semana pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). O encontro teve como foco a preservação dos serviços essenciais prestados pela unidade hospitalar, especialmente nas áreas de oncologia e pediatria.
O presidente da Comissão de Saúde da ALMT, deputado Paulo Araújo (PP), reafirmou o posicionamento contrário da Casa ao fechamento de qualquer serviço prestado pela Santa Casa. “Somos contra o encerramento de qualquer serviço de saúde”, declarou, destacando que mesmo sem uma proposta oficial do Executivo, a Assembleia está aberta a discutir novos modelos de gestão, desde que os atendimentos à população sejam mantidos.
Propostas em debate: gestão compartilhada ou consórcio regional 4e4d2n
Entre as propostas ventiladas, o deputado Lúdio Cabral (PT) sugeriu a desapropriação do prédio da Santa Casa pelo governo estadual, com a gestão sendo transferida ao Consórcio da Baixada Cuiabana — formado por 13 municípios da região metropolitana de Cuiabá — e o custeio mantido pelo estado. “O governo tem recursos: são quase R$ 500 milhões disponíveis na conta da saúde”, afirmou Cabral.
Já o deputado Carlos Avallone (PSDB) reforçou a mobilização dos 24 parlamentares em favor da permanência da Santa Casa em funcionamento. “Não é solução abrir o Hospital Central e fechar a Santa Casa. Isso seria um retrocesso na saúde pública de Mato Grosso.”
Governo do Estado ainda não formalizou proposta 523g2r
A secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Patrícia Neves, afirmou durante a audiência que o governo está aberto a ampliar o grupo de trabalho responsável pelo estudo da transição da unidade, com participação de órgãos de controle e fiscalização. “Seguimos aguardando definições finais, mas o planejamento visa garantir atendimento contínuo à sociedade”, explicou.
Ela também reconheceu a importância da Santa Casa para pacientes crônicos: “Temos pessoas que praticamente moram na unidade. Precisamos garantir a assistência adequada.”
Trabalhadores exigem quitação de dívidas trabalhistas 3c5g3m
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso, Dejamir Soares, destacou que os próprios funcionários são os atuais proprietários da estrutura da antiga Santa Casa. “O prédio pertence aos trabalhadores. Nossa prioridade é a venda da unidade para pagar cerca de R$ 42 milhões em dívidas trabalhistas”, explicou.
Soares também ressaltou a relevância da unidade hospitalar, que conta com 218 leitos, incluindo 41 leitos de UTI e 10 centros cirúrgicos. “A Santa Casa pode ajudar a reduzir o déficit da fila zero de cirurgias”, afirmou.
Alternativa: Santa Casa como centro de oncologia 115qs
O primeiro secretário da ALMT, deputado Dr. João (MDB), propôs transformar a unidade em um centro especializado em tratamento oncológico, diante do aumento de casos de câncer no estado e da sobrecarga do Hospital de Câncer de Cuiabá. “Muitos exames fundamentais, como biópsias, são realizados na Santa Casa. Não podemos perder isso.”