Censo IBGE revela envelhecimento e desafios em comunidades quilombolas rurais de Mato Grosso 322c5s

O estado apresenta a maior taxa de envelhecimento entre a população quilombola residente em áreas rurais do país. 4hgi

Fonte: CENÁRIOMT

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Censo IBGE revela envelhecimento e desafios em comunidades quilombolas rurais de Mato Grosso | Imagem: Reprodução

Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado como parte do Censo Demográfico 2022, traça um panorama das condições sociais, demográficas e de infraestrutura das comunidades quilombolas no Brasil, com um destaque preocupante para Mato Grosso. O estado apresenta a maior taxa de envelhecimento entre a população quilombola residente em áreas rurais do país.

O estudo aponta que, nas áreas rurais mato-grossenses, para cada grupo de 100 quilombolas com até 14 anos, existem 92 idosos com 60 anos ou mais. Essa proporção, a mais elevada do Brasil para esse recorte populacional, se torna ainda mais acentuada nos territórios quilombolas oficialmente delimitados, onde a relação chega a 99 idosos para cada 100 jovens.

A média geral de envelhecimento da população quilombola em Mato Grosso também se mostra alta, atingindo 76,93 idosos para cada 100 jovens, o terceiro maior índice nacional, superado apenas pelo Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Contrariando a tendência nacional, onde a maioria da população quilombola reside em zonas rurais, em Mato Grosso, 55,49% dos 11.729 quilombolas identificados vivem em áreas urbanas, colocando o estado como o sétimo com a maior proporção de quilombolas em cidades.

O Censo também expõe a persistente desigualdade no o a serviços básicos nessas comunidades. Mato Grosso registra o terceiro pior índice do país em coleta de lixo em domicílios localizados dentro de Territórios Quilombolas, com apenas 1,8% da população atendida por serviços regulares ou caçambas.

No total, 62,6% dos domicílios com moradores quilombolas enfrentam alguma forma de precariedade no saneamento básico, seja no o à água, no sistema de esgoto ou na destinação de resíduos. A situação é ainda mais crítica em áreas rurais, onde o índice de precariedade salta para 93,6%, e nos territórios oficialmente reconhecidos, atingindo alarmantes 99,4%.

Outro ponto de atenção revelado pelo levantamento é o índice de alfabetização. Em Mato Grosso, apenas 86,55% das pessoas quilombolas com 15 anos ou mais sabem ler e escrever, um percentual inferior à média estadual da população geral (94,19%). A taxa de analfabetismo entre os quilombolas no estado é de 13,45%, mais que o dobro da média estadual (5,81%). Nas áreas rurais, o analfabetismo atinge quase 20% da população quilombola, evidenciando a urgência de políticas públicas específicas para enfrentar essas disparidades.

Sou Dayelle Ribeiro, redatora do portal CenárioMT, onde compartilho diariamente as principais notícias que agitam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Com um olhar atento para os eventos locais, meu objetivo é informar e conectar as pessoas com o que acontece em suas cidades. Acredito no poder da informação como ferramenta de transformação e estou sempre em busca de trazer conteúdo relevante e atualizado para nossos leitores. Vamos juntos explorar as histórias que moldam nosso estado!