O Encontro da Indústria do Setor Elétrico 2025, realizado na Fatec Senai em Cuiabá, foi palco de debates estratégicos sobre os principais desafios enfrentados pelo setor elétrico mato-grossense. Durante os dois dias de evento, encerrado nesta quarta-feira (21), representantes do governo, entidades de classe, empresas e especialistas discutiram soluções para ampliar a infraestrutura de energia, conectar novas usinas e garantir uma matriz energética mais eficiente, confiável e sustentável para o estado.
Entre os pontos centrais, destacou-se a necessidade de um plano de ação conjunto para solucionar os gargalos que travam o crescimento do setor no Mato Grosso. Carlos Garcia, presidente do Sindenergia, avaliou que o encontro superou as expectativas ao promover diálogos propositivos. “Conseguimos um combinado com o Governo do Estado para melhorar o escoamento de energia e discutimos a necessidade de um olhar diferenciado para Mato Grosso em termos de política pública e energética. Vamos trabalhar juntos para propor um novo modelo para o setor elétrico do estado.”
A transição energética foi outro tema recorrente. O deputado estadual Carlos Avallone, vice-presidente da Fiemt e representante da entidade no evento, reforçou que “a transição energética já está em curso. É uma realidade global e uma necessidade local, e Mato Grosso tem potencial para liderar essa agenda”.
O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, pontuou que a falta de energia confiável e com custo competitivo é um dos principais entraves ao desenvolvimento industrial no estado. “O setor elétrico é regulado pelo Governo Federal, e as soluções para os desafios de Mato Grosso dependem de melhor planejamento. O rateio dos investimentos apenas entre os consumidores do estado tornaria a energia impagável e reduziria a atratividade industrial”, alertou. Ele também anunciou que o programa Mato Grosso Trifásico, que visa melhorar a qualidade da energia no campo e nas áreas produtivas, está prestes a ser lançado.
Representando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Osório Coelho destacou a importância da atuação conjunta entre governo, universidades e setor produtivo. “Precisamos transformar pesquisa acadêmica em soluções práticas com foco em inovação. A cooperação entre os setores é essencial para enfrentar os desafios do setor elétrico.”
Já Alessandra Torres, presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs, apontou que o sistema elétrico enfrenta hoje limitações em capacidade e flexibilidade. “Em certos momentos, temos excesso de oferta, o que leva ao corte de geração renovável. É preciso ampliar a rede de transmissão, mudar a forma como as hidrelétricas são despachadas e investir em usinas com reservatórios para garantir estabilidade e eficiência.”
A secretária-adjunta de Energia da Sedec, Linacis Silva, reforçou o papel da união entre os agentes do setor. “Só com planejamento integrado e ações coordenadas será possível construir um setor energético sólido para o estado.”
O diretor de Relações Institucionais do Grupo Energisa, Luiz Carlos Moreira Júnior, encerrou destacando que encontros como o realizado em Cuiabá são fundamentais para alinhar estratégias e melhorar o planejamento do setor. “O diálogo entre governo, geradores, distribuidores e consumidores é chave para garantir tarifas mais justas e uma energia de qualidade para todos.”
O encontro evidenciou que o futuro energético de Mato Grosso a por decisões conjuntas e investimentos estruturantes. O compromisso firmado entre os diversos setores aponta para um caminho mais sustentável e competitivo para o estado.