Curso sobre desaparecidos reúne policiais de sete estados em Mato Grosso 2111q

Capacitação promovida pelo Ministério da Justiça visa fortalecer investigações sobre pessoas desaparecidas com abordagem técnica e humanizada. 1q4v1k

Fonte: CenárioMT

Curso sobre desaparecidos reúne policiais de sete estados em Mato Grosso
Curso sobre desaparecidos reúne policiais de sete estados em Mato Grosso - Foto: PJC

Mato Grosso sedia nesta semana a segunda edição regionalizada do curso “Investigação Policial Aplicada à Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas”. A formação, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, é realizada na sede da Polícia Civil, por meio do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Com carga horária de 40 horas, o curso reúne 40 policiais civis de sete estados brasileiros — incluindo Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Amapá e Piauí — além de agentes da Politec de MT. A capacitação tem como objetivo aprimorar a condução de investigações de desaparecimentos, integrando aspectos legais, técnicos e metodológicos.

“Quem trabalha com desaparecidos sente a angústia das famílias e a responsabilidade de oferecer respostas. Precisamos nos capacitar para lidar com essas situações com mais eficácia”, afirmou a delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Silveira Maidel.

A coordenadora do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, Jannaína Paula Brito de Souza Silva, destacou que o curso propõe uma mudança de mentalidade sobre o tema. “Um desaparecimento pode ser indício de crimes graves, como homicídio, feminicídio ou sequestro. Por isso, a investigação preliminar é crucial”, explicou.

Desde o início do programa, em 2024, 178 profissionais já foram capacitados. A edição atual aborda desafios como a comunicação com familiares, registros de ocorrências, uso de dados abertos e fechados e articulação com setores de identificação humana.

Iara Buoro Sennes, coordenadora da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas da Senasp, reforçou a abrangência do conteúdo: “Discutimos desde o primeiro atendimento até técnicas de localização e identificação, inclusive com o uso de registros e tecnologias forenses”.

Mato Grosso tem obtido avanços significativos com a adoção de políticas públicas da Senasp. A coleta de digitais e a comparação genética de ossadas com amostras de familiares já permitiram identificar pessoas desaparecidas há anos, algumas falecidas desde 2012. “Essas ferramentas têm trazido respostas concretas para casos que permaneciam em aberto”, concluiu Jannaína.