Uma força-tarefa do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) resultou na abertura de 14 procedimentos criminais para apurar crimes ambientais em áreas de preservação permanente, com estimativa de prejuízo ambiental de R$ 16 milhões. As ações aconteceram no município de Juína, a 720 km de Cuiabá, e envolvem, entre outros ilícitos, desmatamento ilegal, pecuária sem licenciamento ambiental e descumprimento de embargos.
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Desmatamento Ilegal e Queimadas (Gaediq) em conjunto com a 2ª Promotoria de Justiça Criminal da comarca, também identificaram nove casos com potencial para acordo de não persecução penal. Esses acordos preveem indenização financeira e medidas para reparação dos danos causados ao meio ambiente.
O Ministério Público tem adotado ferramentas de geotecnologia para acelerar a identificação de áreas degradadas, utilizando imagens de satélite cruzadas com dados de órgãos ambientais. A atuação é complementada por diligências em campo realizadas pela Polícia Militar Ambiental, que inspeciona os imóveis rurais envolvidos.
Levantamentos recentes apontam que cerca de 172 mil hectares já foram desmatados de forma irregular em Mato Grosso, o que corresponde a aproximadamente 1,9% do território do estado. As áreas estão entre as mais afetadas e exigem medidas imediatas para contenção e responsabilização criminal.
O MPMT destaca que o combate ao desmatamento é essencial diante do avanço das mudanças climáticas, impulsionadas por um modelo de desenvolvimento considerado insustentável. O órgão alerta que o planeta se aproxima de um ponto de não retorno ambiental, e que o desmatamento continua sendo uma das principais ameaças à estabilidade climática e à manutenção de um meio ambiente equilibrado.