Uma ação coordenada entre o Ministério Público e a Polícia Civil resultou, nesta terça-feira (13), em uma grande ofensiva contra uma organização criminosa com ramificações em diversos estados brasileiros, incluindo o Mato Grosso. A operação visa cumprir 22 mandados de prisão e dezenas de mandados de busca e apreensão em pelo menos cinco estados, como parte da Operação Contenção.
A facção alvo da operação possui uma estrutura interestadual sofisticada, com bases em comunidades do Rio de Janeiro e atuações confirmadas em São Paulo, Rondônia, Paraíba e também em cidades mato-grossenses como Pontes e Lacerda.
As investigações apontam que o grupo criminoso era responsável por importar integrantes com perfis operacionais específicos de outros estados para reforçar a atuação em disputas territoriais, especialmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde há constante conflito com milícias.
Durante as diligências, dez suspeitos foram presos e, em um dos endereços, as autoridades apreenderam armas de grosso calibre e dinheiro em espécie. Um dos alvos foi uma residência de alto padrão em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio.
O grupo também estaria envolvido no fornecimento de armas e drogas para diferentes regiões, além de operar um esquema robusto de lavagem de dinheiro. Apenas em um período de 30 dias, foi identificada uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 5 milhões. As autoridades solicitaram o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e contas ligados aos suspeitos. Em fases anteriores da operação, o valor bloqueado ultraou R$ 6 bilhões.
A ofensiva contou com o apoio de diversos órgãos nacionais e internacionais, como a Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Exército Brasileiro e o Homeland Security Investigations, dos Estados Unidos. Equipes das Polícias Civis de Mato Grosso, São Paulo e Rondônia também participaram da ação.
Entre os crimes investigados estão tráfico de drogas interestadual, porte ilegal de armas de uso , comércio ilegal de armamento, falsidade ideológica e associação criminosa armada. O objetivo das autoridades é desarticular a logística de abastecimento da facção, que vinha utilizando empresas e contas bancárias para movimentar os recursos ilícitos.
A operação segue em andamento e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.