Mato Grosso se consolida como referência nacional em operações de fronteira, graças à atuação estratégica do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron). Desde 2018, o estado sedia o Curso de Adaptação à Fronteira (C-Afron), que já formou 627 operadores de segurança pública, incluindo agentes de nove outros estados.
O curso, promovido pela Secretaria de Segurança Pública, teve 25 edições realizadas e abrangeu estados como Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Goiás, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Pará e Pernambuco. Do total de formados, 482 são profissionais que atuam diretamente em Mato Grosso, enquanto 145 representam outras regiões do país, reforçando o papel do estado na capacitação tática nacional.
A formação oferecida pelo C-Afron inclui técnicas voltadas ao enfrentamento de crimes típicos de fronteira, como identificação de veículos com fraudes, patrulhamento rural e confronto armado em múltiplos ambientes. Os participantes são integrantes de diferentes forças, como Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal e até Marinha do Brasil.
A localização estratégica de Mato Grosso, com 980 km de faixa de fronteira com a Bolívia — sendo 750 km de território seco e 230 km de áreas alagadas — exige constante preparo dos agentes que atuam no combate ao tráfico de drogas e outras atividades ilícitas transfronteiriças. O estado é considerado uma das principais rotas para o escoamento de entorpecentes no país, por via terrestre, aérea e fluvial.
O Gefron, criado em 2002, é responsável por ações de segurança em 28 municípios da faixa de fronteira e 11 na linha de fronteira direta, e se destaca por desenvolver técnicas especializadas de policiamento, que hoje servem de modelo para outras regiões do Brasil. A equipe de instrução é composta por profissionais experientes, aptos a multiplicar o conhecimento para agentes de diferentes forças e estados.
Com foco na integração e na excelência operacional, Mato Grosso reforça sua posição como polo de formação em segurança pública, contribuindo não apenas para a proteção da própria população, mas também para o fortalecimento da segurança nas regiões fronteiriças do país.