A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, apoiou a Operação Escudo Virtual, coordenada pela Polícia Civil do Pará, para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra investigados por crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e associação criminosa focada em fraudes digitais.
Foram cumpridos 97 mandados judiciais em várias cidades, incluindo Cuiabá, Várzea Grande e Sinop (MT), Ribeirão Preto, Birigui e Jaboticabal (SP), além de Rio Verde (GO). Em Mato Grosso, ocorreram 26 prisões e várias buscas.
A operação foi coordenada pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC) da Polícia Civil do Pará, com apoio das polícias civis de Mato Grosso, São Paulo e Goiás.
As investigações indicam que as fraudes causaram um prejuízo superior a R$ 403 mil às vítimas, todas residentes no estado do Pará. Os acusados responderão por lavagem de dinheiro, estelionato e associação criminosa.
De acordo com o delegado Yan Almeida, responsável pela Divisão de Combate a Crimes Contra Direitos Individuais Praticados por Meio Cibernéticos (DCDI), os criminosos aplicavam dois golpes principais:
- Terceiro Intermediário: o estelionatário se apresentava como comprador para o dono do veículo e como vendedor para o interessado, intermediando a venda e direcionando os pagamentos para contas de terceiros. Ao descobrir a fraude, as vítimas não conseguiam contato com os golpistas.
- Falso Parente: os criminosos se avam por familiares via aplicativo de mensagens, solicitando transferências bancárias para contas diferentes, prometendo devolução, que nunca ocorria.
As investigações confirmaram que os envolvidos fazem parte de uma associação criminosa estruturada dedicada a fraudes eletrônicas.
O delegado destacou a apreensão de cartões bancários, celulares, notebooks, HDs externos e documentos durante a operação.
A delegada Eliane Morais, da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, ressaltou que o apoio logístico e operacional foi fundamental para identificar e prender os suspeitos, dada a quantidade significativa de alvos no estado.
Além dos crimes virtuais, foi cumprido mandado de busca e apreensão contra um investigado por aliciamento de crianças e importunação sexual online.
Detalhes dos golpes aplicados 1m4v3k
No golpe Terceiro Intermediário, os criminosos copiavam anúncios de veículos com preços baixos, se avam por intermediadores e enviavam comprovantes falsos para enganar vendedores, recebendo valores em contas de terceiros que rapidamente eram transferidos para o líder do esquema.
Já no golpe do Falso Parente, os estelionatários entravam em contato com as vítimas pelo WhatsApp ou similar, alegando ser novo contato de um familiar e solicitando transferências bancárias, bloqueando o contato após a fraude.
Segundo o delegado Benassuly, gestor da Polícia Civil do Pará, a ação conjunta entre as polícias estaduais demonstra compromisso em responsabilizar criminosos em todo o país.
A operação contou com a participação de agentes das divisões especializadas em crimes econômicos, contra direitos individuais e contra vulneráveis, vinculadas à DECCC da Polícia Civil do Pará.